O chancliche caseiro é um queijo cremoso e temperado, típico da culinária sírio-libanesa, perfeito para servir com pães, saladas ou como antipasto. De sabor marcante e textura delicada, é uma excelente opção para quem deseja preparar um queijo artesanal cheio de aromas e personalidade.
Essa receita de chancliche caseiro é ideal para quem gosta de mergulhar na gastronomia mediterrânea e valoriza o sabor de alimentos fermentados e feitos à mão. Apesar de o processo ser demorado, cada etapa é simples e recompensadora: ao final, você terá bolinhas de queijo firmes, saboreadas com zaatar, páprica e azeite extravirgem. Perfeito para curtir um café da manhã especial ou um jantar com influências árabes.
Ficha Técnica da Receita
- Tempo de preparo: cerca de 1 hora (mais 24 horas de descanso na geladeira)
- Rendimento: aproximadamente 8 porções
- Dificuldade: Média
- Custo: Médio
Ingredientes
Para o Queijo Chancliche
- 500 g de coalhada seca bem firme (escorrida por cerca de 20 horas)
- 3 colheres (sopa) de zaatar (de preferência caseiro)
- 1 colher (sopa) de páprica doce
- Sal a gosto
- Azeite de oliva extravirgem o suficiente para cobrir as bolinhas
Modo de Preparo
- Preparar a base: Em uma tigela, coloque a coalhada seca e adicione uma pitada de sal. Misture com uma colher de pau ou espátula até obter uma pasta lisa e firme. O segredo é não deixar umidade em excesso, pois isso dificulta a modelagem.
- Modelar as bolinhas: Unte as mãos com um pouco de azeite. Pegue pequenas porções (cerca de 1 colher de chá) da coalhada e molde em formato de bolinha. Cada uma deve pesar cerca de 40 g. Essa uniformidade garante que todas tenham o mesmo ponto no momento da cura.
- Temperar: Misture o zaatar e a páprica em um prato raso. Role as bolinhas na mistura até estarem completamente revestidas pelos condimentos, que além de sabor, ajudam a preservar e aromatizar o queijo.
- Descansar e curar: Coloque as bolinhas já temperadas em um pote de vidro esterilizado, acomodando-as bem justas. Cubra com azeite de oliva e feche bem. Leve à geladeira e deixe curar por pelo menos 24 horas antes de servir. Esse tempo é essencial para que os sabores se integrem.
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Dicas e Variações
Dicas para um Resultado Perfeito
- Textura ideal da coalhada: o sucesso do chancliche depende de uma coalhada bem seca. Se ela ainda estiver úmida, escorra novamente em pano limpo por mais 4 a 6 horas.
- Higiene é fundamental: use sempre potes de vidro esterilizados para evitar contaminações, já que o chancliche é um produto conservado em azeite.
- Controle a temperatura: a cura deve ocorrer na geladeira, entre 4 °C e 8 °C. Isso evita proliferação de micro-organismos indesejados e preserva o sabor suave da preparação.
- Evite mexer nas bolinhas durante a cura: assim, elas mantêm a forma e absorvem melhor o tempero.
Variações de Ingredientes
Você pode adaptar o chancliche caseiro de acordo com seu paladar. É possível substituir o zaatar por uma mistura de orégano, gergelim e sumagre, caso prefira uma versão mais personalizada. Já a páprica pode ser trocada por pimenta síria se desejar um toque levemente picante. Outra variação é envolver as bolinhas em ervas frescas desidratadas, como tomilho, manjerona ou hortelã, realçando o sabor mediterrâneo do prato.
Como Armazenar Corretamente
O chancliche deve ser sempre mantido em um recipiente hermético, totalmente coberto por azeite. Na geladeira, ele se conserva por até 15 dias, mantendo o sabor e a textura. Evite deixar o pote aberto por muito tempo fora da refrigeração. Se desejar armazenar por mais tempo, complete com azeite novo a cada uso para evitar o contato com o ar. Reaqueça o azeite apenas se quiser servir o queijo levemente amornado, mas nunca ferva, pois isso altera o sabor.
A Origem do Prato
O chancliche, também conhecido como shanklish ou shanclish, tem origem nas regiões montanhosas do Líbano e da Síria. Tradicionalmente, é feito a partir do leite coalhado e depois fermentado e seco ao sol, adquirindo um sabor mais robusto. Sua textura densa e sabor ligeiramente ácido o tornam um ícone da dieta levantina. Em países do Oriente Médio, o chancliche é um item comum nos cafés da manhã e nas mezes — pequenas porções que lembram os petiscos mediterrâneos.
Ao adaptar a receita para o contexto doméstico, eliminando a necessidade de sol e longas fermentações, o chancliche se torna mais acessível sem perder o caráter artesanal. Essa versão caseira mantém a essência do prato original, mas se adequa às condições modernas de cozinha, com segurança alimentar e controle de acidez.
Harmonização com Bebidas
O sabor levemente ácido e herbal do chancliche combina perfeitamente com vinhos brancos secos, como um Sauvignon Blanc ou um Chardonnay leve. Também harmoniza com espumantes brut e rosés jovens. Para quem prefere bebidas não alcoólicas, sucos cítricos, como de limão ou laranja, equilibram o toque amanteigado do azeite. Já o tradicional chá preto libanês com hortelã é outra excelente combinação, proporcionando contraste refrescante.
Como Servir o Chancliche Caseiro
Sirva as bolinhas de chancliche regadas com azeite, acompanhadas de pão sírio fresco, pão pita ou torradas crocantes. Elas também compõem uma tábua de queijos e frios, junto de pastas como homus, coalhada fresca e babaganuche (pasta de berinjela). Outra forma de servir é em saladas com folhas verdes, tomate, pepino e azeitonas, criando um prato leve e aromático.
Para ocasiões especiais, monte porções individuais com pão rústico e toque de azeite. O contraste entre o sabor do zaatar e a cremosidade do queijo torna cada mordida irresistível.
Curiosidades Técnicas
O processo de desidratação da coalhada não serve apenas para remover o soro, mas também para estabilizar as proteínas do leite, garantindo firmeza e preservação natural. Quando o leite é fermentado e escorrido lentamente, os ácidos láticos se concentram, proporcionando o sabor levemente picante e aroma característico do chancliche. O azeite, por sua vez, atua como barreira protetora contra a oxidação e intensifica os aromas das especiarias.
Além do aspecto gastronômico, esse tipo de preparo artesanal permite compreender como técnicas ancestrais de conservação influenciaram toda a culinária mediterrânea. Fazer o chancliche caseiro é, portanto, também um mergulho cultural e sensorial.
Perguntas Frequentes sobre Chancliche Caseiro
- Posso usar iogurte natural em vez de coalhada seca? Sim, desde que escorra bem o iogurte em um pano limpo e deixe drenar por 20 a 24 horas. O importante é atingir a textura firme e consistente.
- Por quanto tempo posso conservar o chancliche? Na geladeira, coberto com azeite, ele se mantém bom por até duas semanas. Após esse período, o sabor se intensifica, mas ainda pode ser consumido se o odor estiver agradável.
- Posso congelar o chancliche? O congelamento não é recomendado, pois altera a textura cremosa e pode fazer com que as bolinhas se desfaçam ao descongelar.
- O que fazer se o azeite endurecer na geladeira? Retire o pote alguns minutos antes de servir. O azeite voltará ao estado líquido em temperatura ambiente sem prejudicar o sabor.
- Qual o melhor tipo de azeite para usar? Prefira azeite de oliva extravirgem com acidez baixa (até 0,5%). Ele realça os temperos e contribui para a conservação mais longa.
Conclusão
Fazer chancliche caseiro é uma experiência prazerosa, que une técnica, paciência e tradição. Com ingredientes simples — coalhada, sal, especiarias e azeite — você recria em casa um clássico do Oriente Médio, versátil e cheio de sabor. Além do prazer de produzir um queijo artesanal, o resultado é um alimento rico em cultura e perfeito para momentos de partilha à mesa. Experimente preparar e surpreenda-se com o sabor autêntico dessa especialidade libanesa na sua cozinha.